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sábado, 11 de dezembro de 2010

CAMINHADAS EM TRILHA


(Foto do trilheiro Moaci Judson-RN)

Tipos de caminhadas em Trilha

Caminhar é um ato natural que todo ser humano saudável tem capacidade de fazer. É o simples ato de se descolar sem a ajuda de instrumentos ou aparelhos. No entanto, quando se fala de caminhadas em trilhas é importante verificar vários aspectos que vão desde o grau de dificuldade do trajeto, o preparo físico do caminhante, o peso a ser carregado, a duração do percurso, até o equipamento necessário para garantir o conforto da atividade.

Não existe uma classificação universal sobre os tipos de caminhada em trilha. Cada região/país pode adotar uma diferente. Nos Estados Unidos, por exemplo, a classificação mais reconhecida entre os montanhistas é feita por classes, da seguinte forma: Classe 1 – caminhada curta em terreno plano, simples deslocamento; Classe 2 – trilha fácil, quase sem inclinação (hiking); Classe 3 – terreno acidentado, não exige material técnico, mas envolve aclives e declives; Classe 4 – caminhada com trecho de dificuldade técnica, onde eventualmente é necessário o uso de equipamento de segurança; classe 5 – escalada técnica, com uso obrigatório do equipamento de segurança. Eles chamam de trekking as caminhadas que tem duração de mais de um dia, exigindo pernoite e, conseqüentemente, uso de mochilas maiores. No entanto, seu grau de dificuldade pode ser variado.

Aqui no Brasil não há uma padronização. Uma busca pelo assunto vai nos levar a classificações feitas por estudiosos do tema, por agências de ecoturismo ou para uma orientação baseada na experiência e vivência de grupos excursionistas nacionais.

Pedro da Cunha Menezes, eu seu livro “Novas Trilhas do Rio”, classifica as trilhas segundo o grau de orientação (fácil; médio; difícil; muito difícil), segundo o preparo físico (fácil; exige preparo físico; cansativa; extenuante) e segundo o nível de dificuldade técnica (simples; com subidas e descidas; necessário uso de mãos em trechos perigosos ou expostos à altura; trechos muitos expostos, perigosos, bastante técnicos, onde é indispensável o uso de cordas). Esta conjugação de fatores vai exigir da pessoa menor ou maior experiência, e a necessidade ou não de um guia.

Já o especialista Waldir Joel, classifica as trilhas de uma forma mais acadêmica, levando em consideração a função (educativa, recreativa de curta ou longa distância, de interpretação), a forma (circular, oito, linear, atalho) e o grau de dificuldade. Ele alerta que esse tipo de classificação é bastante subjetivo, pois o grau de dificuldade varia de pessoa para pessoa, dependendo basicamente do condicionamento físico e peso da eventual bagagem (mochila) carregada.

Para facilitar a compreensão, vale a pena dar uma olhada nas categorias de caminhadas em trilha mais utilizadas pelos clubes excursionistas, que fazem um misto entre distância do percurso, características do relevo, necessidade ou não de acampar, sinalização, além do tempo de duração. Para cada tipo de trilha existem equipamentos adequados, com a função de tornar a atividade mais confortável e segura.

Vale lembrar, ainda, que apesar de serem muito utilizadas, estas categorias de caminhadas são bastante subjetivas e podem variar até mesmo entre os clubes. São elas:

Leve – Qualquer pessoa saudável pode fazer, mesmo sem preparo físico específico. São caminhadas simples, com duração de poucas horas (uma manhã, por exemplo). Não requer nenhuma experiência anterior. Como este tipo de caminhada não exige a necessidade de se carregar muita coisa, uma mochila de hidratação, como a Hidrat 7, ou uma mochila pequena de uso diário, como a Anaton 21, podem ser suficientes para o passeio. Um estojo de cintura grande (pochete) com local para colocar garrafa de água (Estojo Acqua, por exemplo) e um corta-vento de pequeno volume, como o Minuano, também são recomendáveis em passeios de curta duração.

Média – Exige alguma prática e preparo físico, pois a atividade terá algumas horas de duração (entre 5 e 8 horas, aproximadamente), em terreno que deve ter alguma inclinação. Envolve, em geral, subidas e descidas, onde, por vezes, é necessário usar as mãos. Não é recomendável para pessoas sedentárias. Se for necessário pernoitar na trilha, é recomendado (mas não exigido) experiência de camping. Em geral não será necessário carregar muito peso, mas é importante ter uma mochila de tamanho médio que caiba, pelo menos, lanche, anorak, lanterna, estojo de primeiros socorros e cantil. Um bom exemplo é a mochila Trekking, de 35 litros, da Trilhas & Rumos. Para proteção contra chuva e vento em caminhadas deste tipo, o Abrigo Anorak Storm é uma boa alternativa.

Semi-pesada – Deve levar pelo menos um dia inteiro de duração, em terreno acidentado e íngreme (subidas e descidas íngremes). Nesta atividade geralmente há trechos onde é necessário usar as mãos. Não é recomendável aos mais inexperientes. Requer condicionamento físico, pois as trilhas são longas, acidentadas e cansativas. Pode envolver, também, pernoite em trilha. Requer experiência básica em montanhismo: camping, caminhadas em climas adversos e manuseio de alguns equipamentos. Para caminhadas como esta é importante levar um bom abrigo de chuva, como o Abrigo Parkha. Além disso, é recomendável uma mochila mais técnica, como a Crampon Tech 48, que ofereça espaço e seja confortável para agüentar uma caminhada de longa duração.

Pesada – Deve ter um dia ou mais de duração, em terreno bastante íngreme. Exige experiência em montanhismo, para ser uma atividade agradável e não se tornar um sofrimento. Aqui se incluem atividades com uma ou mais pernoites, onde a pessoa deve ser capaz de desenvolver intensa atividade física durante muitos dias, em lugares de difícil acesso, e estar preparada para executar tarefas como cozinhar, montar barracas, etc. O uso de uma boa mochila cargueira pode oferecer ao caminhante dias mais agradáveis, sem dores na coluna, pois em geral se carrega muito peso. Caso seja necessário pernoitar, uma barraca leve como a Bivak Alumínio, um saco de dormir confortável e leve (Micro Pluma, por exemplo), além de um bom isolante térmico, como o Matratze, serão importantes.


É fundamental, além disso, levar em consideração outros aspectos que vão definir a graduação da atividade, como o desnível a ser percorrido, se ida e volta acontecem em um único dia (se haverá pernoite ou não), se há acompanhamento de um guia, se há dificuldade em orientação na trilha, se há carregadores, entre vários outros fatores. Por exemplo, uma caminhada pode ser pesada mesmo sendo feita em apenas um dia, bem como pode ser leve, sendo feita em vários dias de curta duração e em terrenos planos. E vice-versa. Tudo é muito variável.

Outras dicas são importantes na realização de uma trilha. Mantenha um ritmo adequado, nem rápido, nem muito devagar, e ainda assim saiba variar este ritmo ao longo do percurso, levando em conta as inclinações a serem ultrapassadas. Faça paradas de descanso, que podem ser mais curtas no início, e um pouco maiores no final do dia, quando o cansaço já está chegando. É recomendável, entretanto, não deixar a musculatura esfriar completamente por causa de paradas muito longas.

Acima de tudo, se informe bem antes de entrar numa trilha para saber se você está adequadamente preparado para ela.

Por Márcia Soares


Referências:

Texto “Manejo de trilhas”, de Waldir Joel de Andrade.
Livro “Novas Trilhas do Rio”, de Pedro da Cunha Menezes. Editora Sextante, 1998.
Livro “Montañismo. La libertad de las cimas”, de Don Graydon e Kurt Hanson. Ediciones Desnível (Madrid), 1998.

sábado, 20 de novembro de 2010

A PRÁTICA DO TREKKING EM ALTA NO CEARÁ



A prática do trekking sempre esteve em alta. Talvez com outro nome, mas trilha e caminhada de aventura sempre fez parte do menu de opções de lazer dos amantes da natureza — e da saúde. O trekking une esporte, saúde, meio-ambiente, belezas naturais, fotografia, amizade, auto-conhecimento e meditação. Não é à toa que, com o avanço do ecoturismo, a caminhada em trilhas também se destaque.

Apesar de parecer uma prática inofensiva à primeira vista, o trekking oferece alguns riscos se não tomarmos os cuidados devidos. Ao deixar a cidade em direção a um parque ecológico ou chapada, precisamos respeitar o local por inteiro — seus habitantes, fauna e flora. Ainda, precisamos garantir que deixamos o local exatamente como encontramos, garantindo sua preservação.

Para garantir uma trilha saudável, prazerosa e permitir aos outros que venham depois desfrutar da mesma forma, há alguns cuidados essenciais que devemos tomar. A diversidade de tipos de trilhas — curtas, longas, um dia, vários dias — e ecossistemas é bastante grande e sempre devemos considerar as características específicas do local a ser visitado.

Ainda assim, há dicas básicas para trekking que se aplicam a qualquer local. Resolvi compilar estas informações gerais unindo dicas minhas, outras de amigos e também encontradas em alguns sites de ecoturismo.

Antes da trilha – Preparação

Informe-se. Procure a maior quantidade de informações possíveis sobre a trilha que irá fazer. Informações como distância total, trechos críticos e acessórios necessários são fundamentais. Se o percurso não pode ser completado em apenas um dia, qual a distância que deve ser percorrida diariamente? Se algo acontecer e não for possível chegar a um vilarejo para dormir, é possível acampar na trilha? Quais os riscos envolvidos? Há animais perigosos? Esse locais costumam ter, no mínimo, cobras, escorpiões e abelhas perigosas. Caso alguém seja atacado, onde procurar ajuda?
Nestes casos, e em qualquer outra situação da vida, informação nunca é demais.

Lembre-se que, uma vez na natureza, provavelmente não terá sinal de celular, internet e telefone público. Não se arrependa de não ter feito uma pesquisa básica no Google ou consultado uma agência de turismo local antecipadamente.
Equipe-se. Agora que já sabe o que o espera, leve os acessórios necessários. Seu grupo contratará um guia ou levarão um mapa? Talvez seja necessário um GPS. Vão acampar no mato? Levem panela para cozinhar, faca, garfo. O que deverá ser levado vai depender do tipo, tamanho e duração da trilha. Mas, na maioria das vezes, os itens abaixo devem ser levados:

•1 cantil – água é essencial para uma caminhada saudável. Normalmente os rios possuem água potável e, nestes casos, um litro é suficiente. Se for mais difícil encontrar água para beber no local, considere levar um de maior capacidade;
•panela, copo de alumínio, faca, garfo e colher – não precisa levar um por pessoa. A depender do tamanho do grupo, uma ou duas panelas podem ser compartilhadas por todos e são suficientes. Talheres são mais leves — um conjunto por pessoa é suficiente;
•velas, lanterna pequena e pilhas pequenas – no mato não tem poste nem luz elétrica e você fará sua iluminação;
•fósforos – servem para acender as velas, fazer fogo para cozinhar ou uma pequena fogueira para esquentar a noite;
•mapas, bússola e GPS – se contratar um guia, provavelmente não será necessário. Caso contrário, considere o GPS se couber no orçamento. Mapa e bússula, apesar de simples, podem salvar vidas;
•canivete – mil e uma utilidades, nunca se sabe quando serão úteis, mas sempre são;
•kit de costura – agulha e algumas linhas para consertar roupas, mochilas e tênis;
•kit de primeiros socorros e medicamentos – leve apenas o básico. Não adianta levar um kit cheio de coisas que ninguém sabe usar. Remédios para dor, alergia e picadas de mosquito devem ser suficientes;
•produtos de higiene pessoal – sabão neutro, xampu, papel higiênico, pasta e escova de dentes;
•objetos pessoais – máquina fotográfica, violão, papel, caneta. Variam de pessoa para pessoa, mas lembre-se que terá que carregá-los o tempo todo;
•sacos plásticos – colete todo o lixo que gerar. não deixe nada na trilha;
•mochila – dê preferência a mochilas específicas para trilhas;
•saco de dormir – será seu único conforto;
•barraca de camping pequena – prefira barracas pequenas para duas pessoas.
Estes são os acessórios que a maioria precisará. Alguns itens podem ser usados por todo o grupo, não sendo necessário levar um por pessoa. Lembre-se que terá que carregar tudo o tempo todo.

A depender da trilha e do grupo, isto pode significar até 8 horas de caminhada embaixo do sol, por terrenos irregulares. Não leve toalha, pois seca-se rapidamente ao sol (e, se estiver chovendo, vai se molhar de qualquer jeito). Evite ultrapassar 10Kg na mochila.
Vista-se. Assim como os equipamentos, não podemos abrir mão das roupas. Porém, leve o mínimo para reduzir o peso. Normalmente, uma roupa para o dia (lave-a no fim da caminhada diária) e uma para a noite é suficiente.

Procure usar um tênis específico para trekking. Nunca use tênis novos — use-os na cidade antes de levar para a trilha.

Alimente-se: Dê prioridade a alimentos que não precisam ser preparados. Queijo, frutas, ovos cozidos, mel, chocolate, rapadura, biscoitos e bolachas, cereais, amêndoas e nozes, leite em pó. Sanduíches podem ser consumidos no primeiro ou segundo dia (cuidado para não comer comida estragada, pois o resultado é muito ruim).

Estude: Além de conhecer os detalhes do local da trilha, também é importante conhecer todos os itens que está levando. Não faça como o padre. Se leva GPS, saiba usá-lo. Acostume-se a ler mapas e localizar-se com bússola. Conheça seu kit de primeiros socorros e aprenda a usá-lo. Conheça sua mochila, experimente diferentes formas de armazenas as coisas nela, otimizando o balanceamento do peso.

Durante a trilha – Caminhada:Ande calmamente. Isso é lazer e não competição. Procure andar calmamente, prestando atenção à paisagem, admirando a flora e fauna — e tomando cuidado para não se acidentar. Se procura uma corrida, inscreva-se no circuito de corrida de aventura ou paletada local.

Mantenha distância: Não ande muito próximo da pessoa à frente, nem deixe que andem muito próximo atrás de você. Caso algum sofra um acidente, dá tempo do outro evitar. Além disso, permite uma melhor apreciação das belezar naturais e evita chicotadas dos galhos e plantas.

Mantenha o silêncio: As pessoas que saem da cidade para fazer trekking no mato estão em busca de paz e tranquilidade. Respeite isto e deixe a agitação para quando estiver em casa. Isso não significa que não é permitido conversar — pelo contrário, é o momento ideal para interagir com amigos e novos conhecidos. Mas mantenha a calma e respeite o silêncio.

Descanse: Num grupo heterogêneo com mulheres, jovens, adultos, esportistas e sedentários, é comum alguns quererem apressar-se enquanto outros queiram descansar. Lembre-se novamente que isto não é uma competição. É interessante acertar os pontos de descanso anteriormente.

Não menospreze o protetor solar: Sempre leve protetor solar. Mesmo que a previsão seja de tempo nublado, leve o protetor. Muitas horas ao ar livre, mesmo que com nuvens, podem render boas queimaduras na pele sem filtro solar.
Nunca ande sozinho. Uma picada de cobra, pé torcido ou quebrado, queda ou qualquer outro acidente pode ser fatal caso esteja sozinho.

Pare no primeiro sinal de incômodos: Caso algo no tênis, mochila ou roupa lhe incomode, pare imediatamente e resolva o problema. Se não parar com receio de atrasar o grupo pode ser muito pior depois. O incômodo da bermuda pode se tornar numa assadura, a pedra no tênis pode virar uma ferida e o peso mal distribuído da mochila pode resultar em uma dor de coluna. Isso atrasará o grupo muito mais.

Mantenha os pés secos: Nunca molhe seus tênis. Ao atravessar rios e riachos, fique descalço e seque o pé antes de calçar novamente.
Preste atenção ao caminho. Mesmo que tenham um guia, preste atenção como se tivesse que fazer a volta sozinho. Isto aumenta sua segurança e permitirá um maior conhecimento do local e seus detalhes.

Em caso de acidentes, nada de pânico: O pânico não ajuda. Se alguém for picado por cobra ou escorpião, não faça torniquete nem corte o ferimento. Mantenha o membro afetado para cima para reduzir o fluxo sanguíneo e leve imediatamente para um posto de saúde. Se possível, leve o animal junto — vivo ou morto. Caso alguém caia, torça ou quebre algum osso, tente imobilizar da melhor forma e levar para o posto de saúde. Caso sejam atacados por abelhas, não há muito o que fazer — corram e procurem algum rio para se esconder.

Se ficar perdido, siga a trilha: Toda trilha leva a algum lugar. Se se perdeu, siga a primeira trilha que encontrar. Se não encontrar trilha, siga o rio, pois muitas vezes há povoados nas margens. Evite caminhar à noite.

Durante a trilha – Higiene:Não use produtos químicos. Esta regra vale para lavar a roupa, tomar banho, escovar os dentes e lavar acessórios. Use sempre sabão neutro. Se quiser usar xampu e sabonete, leve um pouco de água para longe do rio onde ela não escorra de volta.

Faça necessidades fisiológicas longe dos rios e trilha: Vá para um local afastado do rio e trilha, onde haja areia ou pedras para cobrir os dejetos. Queime o papel higiênico usado com os fósforos e garanta que o fogo já se apagou antes de ir embora para não criar um incêndio.
Se você pode beber água dos rios é porque outras pessoas respeitam essas duas regras.

Durante a trilha – Acampamento:Escolha um lugar plano e macio. O conforto na trilha é mínimo, portanto escolha um local plano e com areias ou folhas para montar o acampamento. Isto pode melhorar muito a qualidade do sono.

Evite as margens dos rios: Caso chova muito na cabeceira do rio, se nível pode subir muito rapidamente. Isto é extremamente perigoso para quem está às suas margens. Acampe próximo deles, mas não na margem.

Não destrua nada: Não corte árvores nem cave a terra. Use o mínimo de madeira necessário para fazer fogueira. Lembre-se que outros animais moram ali e outras pessoas passarão depois de você.

De volta à cidade:Se todos seguirem estas dicas, as chances de voltar para casa bem serão altíssimas. As trilhas e belezas naturais serão preservadas e estarão disponíveis para outras pessoas — ou um possível retorno.

Já diz o clichê das trilhas: “Não tire nada além de fotos. Não deixe nada além de pegadas. Não mate nada além de tempo.” Acrescento a ele saudade e muito vontade de voltar.

Você tem experiência com trilhas? Quais são suas dicas para uma caminhada saudável, segura e que deixe boas lembranças?

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

TREKKING: CAMINHAR, TRILHAR, ANDAR



Trekking É uma atividade física , aeróbica, que pode ser praticada por qualquer pessoa em qualquer idade desde que não esteja muito tempo sedentário. Os sedentários devem consultar um médico e um profissional de educação fisica antes. Começar com caminhadas curtas de treinamentos para fortalecer a musculatura das pernas e quadril que são os mais exigidos nessa atividade.

Segundo o montanhista e andinista *Freddy Duclerc " trekking nos remete a caminhar, trilhar, andar. A mais remota e conhecida forma de deslocamento desde que o homem ascendeu a qualidade de bípede".
*Andinista e montanhista, guia especializado em atrativos naturais e publicitários.
Trekking é uma caminhada para se chegar a um local remoto , onde poucos se aventuram a ir , por ser de dificil acesso, não é somente uma caminhada, a caminhada em si não faz sentido a não ser que esteja acompanhada de alguma motivação física ou psíquica.
Trekking é caminhar com prazer, é conviver com a natureza , consigo mesmo,com amigos com todo o respeito pela cultura local.
No Brasil, de norte a sul e de leste a oeste, no cerrado , no litoral , na mata atlântica ...Trekking é uma atividade sem fronteiras.

Origem

A palavra trekking tem sua origem na língua africâner. Ela passou a ser amplamente empregada no início do século XIX, pelos vortrekkers, os primeiros trabalhadores holandeses que colonizaram a África do Sul.
A palavra foi absorvida pela lingua inglesa e passou a designar as longas e dificeis caminhadas realizadas pelos exploradores em direção ao interior do continente, em busca de novos conhecimento, como a nascente do rio nilo e as neves do monte Kilimanjaro.

Em seguida, chegaram os aventureiros em busca de fortes emoções, normalmente encontradas em regiões distantes e de difícil acesso, só atingidas após longas caminhadas em terrenos acidentados.Atualmente, utiliza-se a palavra em português, significando caminhadas em trilhas naturais em busca de lugares interessantes para se conhecer, possibilitando um maior contato com a natureza e culturas .

TIPOS DE TREKKING


Trekking Independente - Solitário, planeja a rota, compra as provisões, estuda o clima, escolhe o equipamento. A viagem é mais econômica e flexível em datas e caminhadas fora do roteiro pré-determinado.É necessário experiência para praticar tal modalidade de forma independente.

Trekking Organizado - passa a responsabilidade da infra-estrutura e organização para empresas especializadas aventureiros que não tem experiência, e deseja se aventurar em lugares de difícil acesso e ou desconhecidos.

Trekking Assistido - Este tipo de viagem possibilita que você interaja mais com os nativos , além de contribuir com o comércio ou economia do lugar. Nesse caso, o trekker, ao chegar no local a ser visitado, contratará os carregadores, guias e demais equipamentos coletivos..

Trekking de Competição - É o chamado "Enduro a pé". Semelhante ao enduro de carros e motos de regularidade, equipes de três a seis pessoas navegam em cima de uma planilha com referências e velocidades médias pré determinadas.


TREKKING SEM LIMITE
TREKKING PARA CONSCIENTIZAR SOBRE A PRESERVAÇÃO DA NATUREZA
TREKKING PARA CONHECER LUGARES COM NATUREZAS DESLUMBRANTES , POVOS,CULTURAS E CULINÁRIAS DIFERENTES DA NOSSA.

PRESERVE A NATUREZA, POIS SOMOS PARTE DELA

Fonte: BLOG TREKKING: CAMINHOS E TRILHAS

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

CAMINHOS E ANDARILHOS



Qual filosofia ou religião é a melhor?
Qual resposta é a mais próxima da verdade para essa indagação?
São muitos os caminhos para se caminhar...
Muitas as estradas para quem quer chegar...
Aonde?
Onde o desejo levar e o sonho acalentar

Mas, é o caminho o que realmente importa?
Há caminhos e há andarilhos
Há andarilhos perseguindo um ideal
E há andarilhos errantes
Que andarilho sou eu?
Idealista ou errante no meu caminhar?

Cada caminho é parte da realidade querendo se mostrar
E a realidade é um todo que parece inatingível
Como inatingível é a natureza humana
abrindo caminhos nem sempre sondados

Nestas idas e vindas pelos caminhos
De onde viemos?
Aonde queremos chegar?
Fora da biologia que realidade nos pariu?
Até onde a história vai nos levar?


Caminhos diversos
Caminhos dispersos
Caminhos de sonhos
Caminhos de retrocessos
Caminhos de progresso
Caminhos de sucesso
Caminhos de evolução
Que progresso?
Que sucesso?
Que evolução?

Podemos percorrer todos?
Evidente que não
Podemos escolher alguns?
Evidente que sim
Para caminhar por eles com entusiasmo
Para entender que sabemos muito pouco sobre a vida
Mas entender que é preciso buscar a dimensão do todo

Ao caminhar não devemos fechar o caminho
Devemos aplainar seus acessos
Qual a sedução da caminhada?
Por que caminhamos?
Que crenças e valores levam o andarilho a caminhar?
Perseguimos a verdade?
Mas qual verdade?
A minha...A sua?

Cada andarilho tem a sua verdade
Cada verdade passa por cada caminho
Mas nem sempre cabe nele
O andarilho a persegue
O caminho é fruto dela...




Todo andarilho precisa saber:
Que sua verdade não é absoluta
Que seu caminho não é único
Que se perder esse limite pode faltar caminho
Pode cair no abismo
Pode ficar cego

Que direito tem o andarilho de achar:
Que somente seu caminho é verdadeiro?
Que os dos outros são ilusão?
Que a sua visão é plena?
Que a visão dos outros é míope?

Todo caminho é movimento
Todo andarilho é passageiro
Quem construiu o caminho?
Quem criou o andarilho?
Foi o movimento?

De um intensíssimo movimento
Tudo brota, tudo acontece, tudo chega e tudo passa
E logo outro movimento eclode

Dar-se a explosão de nós mesmos
Nos caminhos que criamos e recriamos a cada passo
Andarilhos do universo que somos

Cada caminho é um experimento de verdade
Com desejo e vontade o andarilho segue errante
Quantas vezes, crente de que está certo
Quantas vezes errado, não se reconhece errante
O caminho é o limite
A verdade é o tesouro de todo andarilho
O mapa do tesouro é a vida

E quando os caminhos se cruzam
Andarilhos se encontram
Mãos se tocam
Corpos se abraçam
As palavras se tornam verbos
Os verbos seduzem os andarilhos
E eles descobrem que além da verdade de cada um
Existem outras verdades
Intensíssimas verdades que a vida e o amor produzem



Elias J. Silva – Educador Popular, Coordenador da COMOV – Comunidade em Movimento da Grande Fortaleza.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

ENTRE MATOS E CACHOEIRAS



"Somos um grupo de pessoas que curtem a mesma coisa: A natureza."

Temos o hábito de desfrutar das coisas que normalmente passam despercebidas àqueles que ainda não notaram que a verdadeira essência da vida é a simplicidade. O canto de um passarinho, o barulho de uma cachoeira, o vento no rosto e a tranqüilidade na contemplatação de um lindo horizonte no topo de uma montanha ou de um talhado que, apesar de gratuitas, não tem dinheiro que pague ou consiga substituir.

Inicialmente não tínhamos um nome. O “Clube Calangos:Trilhas e Camping de Ipu” nasceu após vários ensaios e pesquisas que foram realizadas na busca por algo que exprimisse nosso real sentimento com relação a esta atividade. Conseguimos! Pois por si só ele diz tudo que precisa ser dito.

Somos trilheiros da natureza, sim! Somos trilheiros porque fugimos aos padrões sociais urbanos. Acordamos cedinho num sábado pela manhã, nos equipamos e vamos em direção ao mato pisar na lama, ser picados por mosquitos, suar, ficar ofegantes e chegar ao limite da nossa capacidade física! Tudo em troca da simplicidade que representa a volta as nossas origens.

sábado, 24 de julho de 2010

OBJETIVO DO CLUBE CALANGOS

A proposta do Calangos: Trilhas e Camping de Ipu, grupo com mais de 25 participantes, além de fazer trilhas na cidade e em toda região que compreende a maior parte da Serra da Ibiapaba é juntar o prazer do contato com a natureza com o bem-estar físico, além de ser uma ótima oportunidade para relaxar a mente, entrando pois em contato com nossa própria luz interior. No entanto, não nos limitamos apenas em fazer caminhadas ecológicas e acampamentos, mas também aproveitamos para conhecer os costumes, aprender mais sobre o cotidiano, a cultura e a história do povo ibiapabano. Somos um grupo de amigos a qual propomos mostrar uma outra forma de viver longe da mesmice e chatice dos finais de semana ou feriados, o que nos faz esquecer por algum tempo a rotina do trabalho. Adotamos o nome “Calangos,” pela simples razão de ser este mesmo lagarto, típico de nossa região, uma espécie de lagarto que vive na caatinga ou em lugares mais verdejante, por entre pedras e cachoeiras, galhos e árvores. Considerado um verdadeiro observador da natureza, acostumado a trilhar lugares e atrativos vários. Por esta razão, todos que entram para o nosso clube têm que passar por um ritual simbólico, ou seja, deve esquecer que um dia foi um “ser humano comum”, preso a modismos e esteriótipos do mundo “civilizado” para adotar o nome calango, ou seja, “aquele que não é bicho, mas vive no mato”,que tem a necessidade de manter contato com a natureza, de fazer trilhas e preservar o meio ambiente.A relação homem/natureza é entendida por nós não como modismo, mas como uma necessidade. Eis aí a nossa filosofia atribuída à questão ecológica. Além do ritual de iniciação significar uma espécie de novo batismo, há também toda uma preparação teórica sobre educação ambiental, saber como se comportar no meio do mato sem afetar a natureza, assim como fazer trilhas de longo e curto alcance.Também saber que tipo de material necessário a ser utilizado em um acampamento ou determinada trilha, como mochilas, barracas e outros. Bem, se você é do tipo que encara uma boa aventura, que gosta de pisar no chão, sentir o cheiro da terra, dormir no mato sem nenhum conforto, tomar banho de cachoeira e acampar em noite de lua cheia, então seja bem vindo aos Calangos: Trilhas e Camping. Viva de forma saudável e diferente! Der adeus à velha rotina e comece a redescobrir a si mesmo como um ser de luz e natureza.

Dicas do Clube Calangos: Trilhas e camping de Ipu

Locais onde muitas pessoas praticam esportes de natureza, como caminhadas e montanhismo, o meio ambiente precisa ser tratado com muito cuidado e respeito. O equilíbrio ecológico depende do bom estado de sua conservação, dependendo portanto, do bom comportamento dos visitantes.
A necessidade de se difundir a ética e as práticas de mínimo impacto tem sido cada vez maior, uma vez que o aumento crescente de visitantes ao ambiente natural tem sido observado nos últimos tempos.

Você pode minimizar o impacto ambiental adotando algumas práticas e hábitos simples que ajudam a proteger o meio ambiente e dão mais prazer à sua visita e à dos próximos visitantes.
Apresentamos aqui um conjunto de princípios e práticas para o mínimo impacto adequado à realidade brasileira, buscando uma mudança de atitude dos cidadãos em relação ao uso público em áreas naturais e em unidades de conservação. Os oito princípios, baseados na publicação da Leave no Trace, foram elaborados pelo CEU (Centro Excursionista Universitário) junto com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e estão publicados no website da ONG Pega Leve!

Planejamento é fundamental

- Entre em contato prévio com a administração da área que você vai visitar para tomar conhecimento dos regulamentos e restrições existentes.

- Informe-se sobre as condições climáticas do local e consulte a previsão do tempo antes de qualquer atividade em ambientes naturais.

- Viaje em grupos pequenos de até 10 pessoas. Grupos menores se harmonizam melhor com a natureza e causam menos impacto.

- Evite viajar para áreas populares durante feriados e férias, contribuindo para a dispersão do fluxo turístico, minimizando seus efeitos negativos.

- Certifique-se de que você possui uma forma de acondicionar seu lixo em sacos plásticos para trazê-lo de volta. Aprenda a diminuir a quantidade de lixo, deixando em casa as embalagens desnecessárias.

- Escolha as atividades que você vai realizar na sua visita conforme o seu condicionamento físico e seu nível de experiência.
As áreas naturais protegidas no Brasil são administradas por instituições federais (IBAMA), estaduais (por exemplo, o Instituto Florestal no Estado de São Paulo) ou municipais (Secretarias Municipais do Meio Ambiente) que são responsáveis por algumas unidades de conservação como os Parques Nacionais ou Estaduais, locais muito procurados por ecoturistas e excursionistas em geral. Também existem locais que não estão sob a responsabilidade direta do poder público, como as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN's) e outras áreas naturais de propriedade privada.
Devido às particularidades de cada lugar, os regulamentos variam e por isso você deve procurar antecipadamente informações como os dias abertos à visitação, a necessidade de autorização prévia para percorrer trilhas, para acampar, ou para outras atividades. Essa atitude deve ser adotada para qualquer área natural, mesmo que não seja uma unidade de conservação, como um parque nacional ou estadual.
Embora muitas vezes não seja fácil obter essas informações, você deve persistir, pois quanto mais visitantes perguntarem por informações, mais estas estarão disponíveis. Procure os escritórios locais das instituições governamentais responsáveis para obter informações oficiais. Outras boas fontes são as publicações especializadas (guias e revistas), websites, clubes excursionistas, lojas de equipamentos, ONG's e guias locais.

Sempre que você utilizar os serviços de uma agência de ecoturismo, de guias ou meios de hospedagem, certifique-se que eles adotam técnicas e práticas de mínimo impacto. Procure também utilizar a infra-estrutura e os serviços locais, prestigiando a comunidade e colaborando para fortalecer o turismo de base local.

Estar preparado para as condições específicas de clima, como as variações de temperatura em cada local, é fundamental para que você aproveite ao máximo sua visita, diminua seu impacto no ambiente e também o risco inerente às atividades ao ar livre.

Estude antecipadamente as características climáticas do local que você vai visitar (como os meses em que faz mais frio, os que recebem mais chuva, ou os períodos de estiagem, quando a falta de água pode ser um problema) e prepare-se levando os equipamentos adequados para cada situação. Caso sua atividade inclua acampamentos, um bom isolante térmico para forrar o chão de sua barraca não pode ser esquecido, seja no frio ou no calor. Tenha certeza de que você possui roupas e agasalhos adequados para o clima e um bom saco de dormir, se sua viagem tiver como destino regiões frias ou altas.

Procure evitar as épocas chuvosas, quando a ocorrência de lama nas trilhas e áreas de acampamento é maior, aumentando a probabilidade de impactos no solo e na vegetação.

Planeje e organize sua visita sempre em grupos pequenos, pois tudo fica mais fácil, principalmente praticar o mínimo impacto. Grupos pequenos são mais silenciosos, mais fáceis de administrar e acomodar. A experiência mostra que o ideal são grupos de até 10 pessoas.

Caso o seu grupo exceda essa recomendação, organize-o com um número maior de responsáveis ou guias com boa experiência e conhecimento do local, de forma a poder dividir o grupo durante a caminhada, acampar em áreas diferentes, além de manter uma boa supervisão durante todo o tempo.

Grupos grandes devem evitar as áreas mais primitivas, procurando restringir suas atividades a locais que ofereçam infra-estrutura de uso intensivo como banheiros, lixeiras, acesso facilitado e alguma estrutura de hospedagem, como abrigos ou áreas de acampamento organizadas.

As férias e feriados prolongados são os períodos mais procurados pelos visitantes de áreas naturais. Conseqüentemente, engarrafamentos, acampamentos lotados, trilhas cheias, água contaminada, pessoas perdidas e conflitos são freqüentes nesses dias. Para ter uma experiência mais enriquecedora e agradável e evitar impactos na natureza, aos outros visitantes e aos moradores locais, procure organizar sua visita em dias de semana e nos meses menos procurados.

Caso você só tenha o feriado ou o período de férias escolares para viajar, uma boa alternativa é procurar locais menos visitados e populares.

O planejamento e a preparação são fundamentais para diminuir a quantidade de embalagens desnecessárias levadas ao campo e assim reduzir a quantidade de lixo.
Tenha sempre à mão sacos apropriados para acondicionar o lixo. Na maioria das vezes, os visitantes terminam sua viagem em pequenas localidades que têm muita dificuldade em manejar o lixo. Assim, esforce-se para levar o lixo que você mesmo produziu, ou aquele que coletou pelo caminho, para um local que tenha coleta organizada e que encaminhe os resíduos para a reciclagem ou para um aterro sanitário apropriado.
Caso você use embalagens de plástico de boa qualidade tente conservá-las para usar novamente em suas próximas viagens. Reutilizar e reciclar faz parte da ética de mínimo impacto.

As atividades que você e seu grupo planejam realizar devem ser compatíveis com a sua experiência anterior, com as técnicas que você domina, com os equipamentos que você possui e com o seu condicionamento físico. Realizando atividades dentro dos seus limites você poderá aproveitar melhor a sua visita e minimizar os impactos na natureza. Caso você tenha dúvidas sobre o nível de dificuldade de uma determinada atividade, procure informações confiáveis em clubes excursionistas, revistas especializadas ou instituições responsáveis pela administração da área.

O planejamento de uma caminhada está condicionado a diversos fatores, entre eles o número de dias que se pretende passar em campo e o tipo de ambiente visitado.

Planejar o percurso que será percorrido a cada dia é importante para reservar energia suficiente, de modo a estar disposto a levar em consideração as práticas de mínimo impacto, quando você montar acampamento, por exemplo. A fadiga e a falta de luz não devem pegar você e seu grupo despreparados ao final do dia, pois não são desculpas para negligenciar as práticas de mínimo impacto.

Você deve planejar com cuidado o que vai carregar em sua mochila, pois isso significa peso nas suas costas. Sabendo o número de dias que se pretende passar em campo e o tipo de ambiente pode-se definir o tipo de mochila a ser usada (cargueira ou de ataque), calcular a quantidade e o tipo de comida, a necessidade de carregar saco de dormir e isolante, a quantidade de água a levar etc. Para todos os casos (mesmo para as caminhadas de um dia) é muito útil elaborar cuidadosamente uma lista de itens que não podem ser esquecidos. Essa lista servirá sempre como base para qualquer caminhada que você faça.

O planejamento adequado torna sua viagem divertida e confortável, leva você a alcançar seus objetivos e a ter suas expectativas correspondidas, ao mesmo tempo em que ajuda a minimização dos impactos nos recursos naturais. O planejamento também ajuda a evitar situações inesperadas que podem estressar você, colocá-lo sob risco de acidentes e causar danos ao meio ambiente.



1) Planejamento é fundamental

2) Cuide dos locais por onde passa, das trilhas e dos acampamentos

3) Deixe cada coisa em seu lugar

4) Respeite os animais e as plantas

5) Traga seu lixo de volta

6) Evite fazer fogueira

7) Você é responsável por sua segurança

8) Seja cortês com outros visitantes e com a população local


Fonte: Pega Leve, MMA e CEU

Cuide dos locais por onde passa

-Mantenha-se nas trilhas pré-determinadas - não use atalhos, pois estes favorecem a erosão e a destruição da vegetação.

Mantenha-se na trilha mesmo se ela estiver molhada, lamacenta ou escorregadia. A dificuldade das trilhas faz parte do desafio de vivenciar a natureza. Se você contorna a parte danificada de uma trilha, o estrago se tornará maior no futuro.

Ao montar o seu acampamento, evite áreas frágeis que levarão um longo tempo para se recuperar após o impacto. Acampe somente em locais pré-estabelecidos, quando existirem. Em qualquer situação, acampe a pelo menos 60 metros da água.

Não cave valetas ao redor das barracas, escolha melhor o local, de modo que a água escorra naturalmente e use um plástico sob a barraca.

Bons locais de acampamento são encontrados, não construídos. Não corte nem arranque a vegetação, nem remova pedras ao acampar.

Remova todas as evidências de sua passagem. Ao percorrer uma trilha ou ao sair de uma área de acampamento certifique-se que esses locais permaneceram como se ninguém houvesse passado por ali.

Proteja o patrimônio natural e cultural dos locais visitados. Respeite as normas existentes e denuncie as agressões observadas.

Procure sempre seguir as trilhas abertas e bem marcadas. Essa é a melhor atitude para você não se perder e chegar ao seu destino da melhor maneira, causando menos impacto. Além de ser o caminho mais fácil, trilhas bem projetadas são planejadas para levar você aos lugares mais interessantes.

As trilhas nem sempre são o caminho mais curto para tornar a caminhada menos cansativa e ajudar a evitar a erosão, principalmente em terrenos muito inclinados. Uma trilha aberta no sentido da inclinação acaba se tornando o caminho das águas das chuvas, que descerão com força, provocando rápida e profunda erosão. Assim, quando alguém economiza algumas centenas de metros de trilha tomando ou abrindo um atalho está contribuindo para a alteração definitiva daquela área, com a poluição das águas e até com o aumento das enchentes no fundo do vale. Os atalhos e trilhas improvisadas colaboram para o corte ou esmagamento de muitas plantas, por meio do pisoteamento das raízes, principalmente em áreas com vegetação mais densa. Além disso, o risco de acidentes aumenta muito nesses caminhos improvisados e íngremes.

Visitantes que saem das trilhas também podem molestar os animais que não estão familiarizados com a presença humana, destruir ninhos e tocas, muitas vezes involuntariamente.

Por tudo isso, evite abrir novas trilhas, mesmo porque essa é uma atividade técnica que não combina com sua viagem de caráter esportivo ou de lazer.

* Os lamaçais são formados geralmente em trechos da trilha onde a água não tem para onde escorrer. As seguidas tentativas de passar ao lado para evitar a lama contribuem para danificar as áreas que ainda não foram afetadas e também pode matar a vegetação. Em pouco tempo a trilha estará muito larga e igualmente lamacenta. Os trechos com lama também podem estar em áreas de nascentes. Esses locais são frágeis e representam mais um motivo para não sairmos da trilha.
Avise os responsáveis pela área sobre as más condições da trilha, para que estes possam realizar ações adequadas à sua recuperação.

Em épocas de muita chuva as trilhas tornam-se lamacentas e muito mais sujeitas à erosão. A vegetação também sofre por receber um pisoteamento extra quando, por força de um reflexo bastante natural, mas com conseqüências danosas, tentamos evitar os piores trechos, caminhando à margem das trilhas estabelecidas. Os locais de acampamento também sofrem pelos mesmos motivos. Por isso, é melhor programar suas saídas para a época de seca.

* Selecionar um local adequado para acampamento é uma das principais decisões para causar o mínimo impacto e requer bom discernimento.
Em muitos locais existem áreas pré-estabelecidas para acampar. Esses locais são escolhidos e preparados para conter os impactos e poupar as áreas ao redor. Procure sempre utilizar locais que tenham o tamanho adequado para acomodar as barracas de seu grupo sem avançar sobre a vegetação. Caso todas as barracas não caibam no mesmo local, procure distribui-las em locais próximos.

Na falta de locais pré-determinados procure as áreas com sinais de acampamentos anteriores, como solo compactado, ausência de cobertura vegetal ou vegetação cortada, evitando abrir novas áreas. Em locais de mais fácil acesso e, portanto, mais populares, concentre o uso nas áreas mais degradadas.

Acampar em uma área intocada deve ser sua última opção e os cuidados com a conservação da vegetação e das demais características do local deverão ser redobrados. Neste caso, disperse as barracas e as atividades do seu grupo pela área, evitando definir caminhos. Preste atenção ao local que você vai definir como cozinha, pois será uma área de concentração de pessoas.

Não acampe onde há sinais evidentes de uso do local pela fauna silvestre, como ninhais, dormitórios de pássaros e áreas de alimentação de animais.

Evite áreas de acampamento onde o impacto esteja apenas começando, permitindo que essas áreas se recuperarem. A maioria dos ambientes consegue se recuperar rapidamente após pouco uso, mas se as pessoas insistirem no uso, a degradação virá rapidamente.

Procure utilizar locais onde os solos sejam arenosos ou duros, porque solos úmidos e macios são mais propensos a sofrerem os impactos de um acampamento. Os terrenos úmidos também devem ser evitados devido à rápida formação de lama nos locais mais transitados. Procure acampar sobre rochas planas, sempre que disponíveis. Essa é uma boa solução, desde que não exista vegetação crescendo sobre elas. Evite a proximidade de barrancos que poderão desmoronar quando o acampamento for montado ou em conseqüência do pisoteamento de suas bordas.

Montando seu acampamento a uma distância de cerca de 60 metros das fontes de água você evita causar impactos na vegetação que protege as margens dos rios e ajuda a manter a boa qualidade da água e da paisagem. No caso das nascentes, a remoção ou alteração da vegetação, assim como a compactação ou o revolvimento do solo podem causar a alteração da qualidade ou até mesmo o esgotamento da fonte de água. Procure acampar sempre abaixo das nascentes.

Um acampamento distante da água também apresenta menor possibilidade de perturbar os animais que utilizam os rios e riachos como fonte de água. Fique atento para não acampar próximo às trilhas de animais, principalmente aquelas que levam até a água.

Em regiões sujeitas a enchentes rápidas e catastróficas, conhecidas como "cabeças d'água", comuns no sopé de serras e cânions, a distância do acampamento em relação aos rios é um fator de segurança. Mesmo que não seja esse o caso, é prudente manter a sua barraca afastada da água para evitar surpresas com enchentes súbitas, principalmente no período mais chuvoso.

* O hábito de cavar valetas (conhecidas também por canaletas) ao redor das barracas é antigo, do tempo em que as barracas não possuíam fundo e, portanto, manter o chão seco era uma necessidade. Hoje, as boas barracas possuem chão de material impermeável, dispensando as valetas.

Cavar uma valeta quase sempre resulta no início de um processo rápido de erosão, causando danos às boas áreas de acampamento. As valetas também são uma marca de difícil eliminação, representando alterações à paisagem natural.

* Procure por um local adequado para acampamento enquanto houver luz, de modo que você possa ser seletivo. Locais planos ou levemente côncavos parecem perfeitos para montar barracas, porém freqüentemente acumulam água. Superfícies levemente inclinadas ou convexas permitem o rápido escoamento das águas das chuvas, tornando desnecessário o cansativo e inútil trabalho de abertura de valetas.

Um plástico que separe a barraca do solo ajuda a protegê-la contra pequenos furos, mantendo o interior seco. Se o plástico for bem colocado, pode conter os pequenos fluxos de água que eventualmente chegarem até a barraca montada em local adequado.

A entrada da barraca costuma ser um local de pisoteio mais intenso. Colocar um plástico neste local ajuda a evitar danos ao solo, além de fornecer um local limpo para tirar e por as botas.

Evite remover a vegetação, a camada de folhas mortas, as pedras e os troncos caídos do local em que vai armar a sua barraca. Se você remover esses objetos que são habitat para inúmeros seres vivos, estará perturbando a ordem natural desses organismos. A escolha de barracas pequenas, para duas ou três pessoas, facilita encontrar um local adequado para seu acampamento, encaixando sua barraca entre pedras, troncos e outras plantas e evitando a alteração das características da cobertura do solo naquele local.

Se for absolutamente necessário remover pequenas pedras e troncos caídos, procure recolocá-los na mesma posição após desarmar a sua barraca.

Praias marinhas e fluviais costumam oferecer bons locais de acampamento sobre a areia, porém cuidados adicionais de segurança deverão ser adotados, como observar a variação das marés e a possibilidade de enchentes.

* Não deixe a barraca montada por muitas noites no mesmo local, pois quanto menor for a permanência do acampamento menor será o impacto. Ao abandonar a área, certifique-se que não deixou nada, especialmente restos de comida, papéis, plásticos e marcas no solo. Também não esqueça cordas e cordins amarrados nas árvores, e procure deixar o local do jeito que você encontrou, ou até melhor, recolhendo o lixo eventualmente deixado por outras pessoas.


1) Planejamento é fundamental

2) Cuide dos locais por onde passa, das trilhas e dos acampamentos

3) Deixe cada coisa em seu lugar

4) Respeite os animais e as plantas

5) Traga seu lixo de volta

6) Evite fazer fogueira

7) Você é responsável por sua segurança

8) Seja cortês com outros visitantes e com a população local


Fonte: Pega Leve, MMA e CEU

Prevenindo acidentes com animais peçonhentos nas trilhas

Herbert Serafim 1, 2 e Susan Ienne 3

1 Departamento de Botânica, Instituto de Biociências, USP

2 Laboratório de Herpetologia, Instituto Butantan

3 Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biomédicas, USP

Animais peçonhentos são aqueles que possuem veneno, capacidade de inoculá-lo e causam acidentes de importância médica. Os principais animais peçonhentos terrestres são as cobras, aranhas, escorpiões, abelhas, vespas, marimbondos, formigas e taturanas.

Apesar de as cobras serem as mais temidas deste grupo, sem dúvida as abelhas e taturanas são os animais que mais causam acidentes quando estamos nos passeios e trilhas na Natureza. Quanto às cobras, em especial, aproximadamente 80% das espécies do Brasil não são peçonhentas, não oferecendo maiores riscos ao homem. No Brasil, são registrados mais de 20.000 acidentes por serpentes por ano. As jararacas, grupo que inclui o jararacuçu, a jararaca e os urutus, representam 89% dos acidentes; as cascavéis representam 8%; as surucucus 1,5%, e as corais verdadeiras apenas 0,5%. Cerca de 19% dos acidentes atingem as mãos e antebraços e 80% ocorrem abaixo dos joelhos.

As vítimas mais comuns de acidentes por animais peçonhentos terrestres são os trabalhadores rurais, que muitas vezes não utilizam equipamentos de proteção durante o trabalho no campo. Porém, nós mochileiros ou andarilhos, que amamos o contato com a Natureza, mesmo que seja só nos feriados, também estamos sujeitos a estes acidentes e temos que ter certos cuidados.

As principais medidas para evitar os acidentes com estes animais são:

1. Uso de botas (evita 80% dos acidentes ofídicos) e sapatos (evita 50%);

2. Utilizar luvas de raspa de couro em trabalhos com lenha e outros materiais empilhados;

3. Realizar a limpeza das áreas ao redor da barraca e acampamentos, para evitar a aproximação de ratos e insetos, que por sua vez atrairão cobras e aranhas respectivamente;

4. Colocar o lixo em sacos plásticos, que devem ser mantidos fechados para não atrair ratos;

5. Manter fechadas as mochilas e barracas, para evitar surpresas desagradáveis;

6. Ter cuidado ao mexer em buracos, ocos de troncos e na vegetação fechada;

7. Evitar o uso de óculos escuros em caminhadas, principalmente nas matas, uma vez que os óculos reduzem nossa sensibilidade às cores chamativas que certos animais peçonhentos apresentam;

8. Não segurar serpentes, aranhas ou taturanas, mesmo quando mortas, pois há risco de envenenamento.

9. Não usar rádio ou walkman nas caminhadas, pois o som destes equipamentos impede que você ouça sons de advertência, como zumbidos de abelhas.

10. Evitar o uso de repelentes e desodorantes, principalmente aqueles que exalam odores mais fortes que certamente irão irritar abelhas e outros insetos.

11. Tenha cuidado com o lugar onde pisa e onde coloca as mãos para apoio.

12. Trajar calça comprida nas caminhadas, principalmente nas matas.