Cuide dos locais por onde passa -Mantenha-se nas trilhas pré-determinadas - não use atalhos, pois estes favorecem a erosão e a destruição da vegetação.
Mantenha-se na trilha mesmo se ela estiver molhada, lamacenta ou escorregadia. A dificuldade das trilhas faz parte do desafio de vivenciar a natureza. Se você contorna a parte danificada de uma trilha, o estrago se tornará maior no futuro.
Ao montar o seu acampamento, evite áreas frágeis que levarão um longo tempo para se recuperar após o impacto. Acampe somente em locais pré-estabelecidos, quando existirem. Em qualquer situação, acampe a pelo menos 60 metros da água.
Não cave valetas ao redor das barracas, escolha melhor o local, de modo que a água escorra naturalmente e use um plástico sob a barraca.
Bons locais de acampamento são encontrados, não construídos. Não corte nem arranque a vegetação, nem remova pedras ao acampar.
Remova todas as evidências de sua passagem. Ao percorrer uma trilha ou ao sair de uma área de acampamento certifique-se que esses locais permaneceram como se ninguém houvesse passado por ali.
Proteja o patrimônio natural e cultural dos locais visitados. Respeite as normas existentes e denuncie as agressões observadas.
Procure sempre seguir as trilhas abertas e bem marcadas. Essa é a melhor atitude para você não se perder e chegar ao seu destino da melhor maneira, causando menos impacto. Além de ser o caminho mais fácil, trilhas bem projetadas são planejadas para levar você aos lugares mais interessantes.
As trilhas nem sempre são o caminho mais curto para tornar a caminhada menos cansativa e ajudar a evitar a erosão, principalmente em terrenos muito inclinados. Uma trilha aberta no sentido da inclinação acaba se tornando o caminho das águas das chuvas, que descerão com força, provocando rápida e profunda erosão. Assim, quando alguém economiza algumas centenas de metros de trilha tomando ou abrindo um atalho está contribuindo para a alteração definitiva daquela área, com a poluição das águas e até com o aumento das enchentes no fundo do vale. Os atalhos e trilhas improvisadas colaboram para o corte ou esmagamento de muitas plantas, por meio do pisoteamento das raízes, principalmente em áreas com vegetação mais densa. Além disso, o risco de acidentes aumenta muito nesses caminhos improvisados e íngremes.
Visitantes que saem das trilhas também podem molestar os animais que não estão familiarizados com a presença humana, destruir ninhos e tocas, muitas vezes involuntariamente.
Por tudo isso, evite abrir novas trilhas, mesmo porque essa é uma atividade técnica que não combina com sua viagem de caráter esportivo ou de lazer.
* Os lamaçais são formados geralmente em trechos da trilha onde a água não tem para onde escorrer. As seguidas tentativas de passar ao lado para evitar a lama contribuem para danificar as áreas que ainda não foram afetadas e também pode matar a vegetação. Em pouco tempo a trilha estará muito larga e igualmente lamacenta. Os trechos com lama também podem estar em áreas de nascentes. Esses locais são frágeis e representam mais um motivo para não sairmos da trilha.
Avise os responsáveis pela área sobre as más condições da trilha, para que estes possam realizar ações adequadas à sua recuperação.
Em épocas de muita chuva as trilhas tornam-se lamacentas e muito mais sujeitas à erosão. A vegetação também sofre por receber um pisoteamento extra quando, por força de um reflexo bastante natural, mas com conseqüências danosas, tentamos evitar os piores trechos, caminhando à margem das trilhas estabelecidas. Os locais de acampamento também sofrem pelos mesmos motivos. Por isso, é melhor programar suas saídas para a época de seca.
* Selecionar um local adequado para acampamento é uma das principais decisões para causar o mínimo impacto e requer bom discernimento.
Em muitos locais existem áreas pré-estabelecidas para acampar. Esses locais são escolhidos e preparados para conter os impactos e poupar as áreas ao redor. Procure sempre utilizar locais que tenham o tamanho adequado para acomodar as barracas de seu grupo sem avançar sobre a vegetação. Caso todas as barracas não caibam no mesmo local, procure distribui-las em locais próximos.
Na falta de locais pré-determinados procure as áreas com sinais de acampamentos anteriores, como solo compactado, ausência de cobertura vegetal ou vegetação cortada, evitando abrir novas áreas. Em locais de mais fácil acesso e, portanto, mais populares, concentre o uso nas áreas mais degradadas.
Acampar em uma área intocada deve ser sua última opção e os cuidados com a conservação da vegetação e das demais características do local deverão ser redobrados. Neste caso, disperse as barracas e as atividades do seu grupo pela área, evitando definir caminhos. Preste atenção ao local que você vai definir como cozinha, pois será uma área de concentração de pessoas.
Não acampe onde há sinais evidentes de uso do local pela fauna silvestre, como ninhais, dormitórios de pássaros e áreas de alimentação de animais.
Evite áreas de acampamento onde o impacto esteja apenas começando, permitindo que essas áreas se recuperarem. A maioria dos ambientes consegue se recuperar rapidamente após pouco uso, mas se as pessoas insistirem no uso, a degradação virá rapidamente.
Procure utilizar locais onde os solos sejam arenosos ou duros, porque solos úmidos e macios são mais propensos a sofrerem os impactos de um acampamento. Os terrenos úmidos também devem ser evitados devido à rápida formação de lama nos locais mais transitados. Procure acampar sobre rochas planas, sempre que disponíveis. Essa é uma boa solução, desde que não exista vegetação crescendo sobre elas. Evite a proximidade de barrancos que poderão desmoronar quando o acampamento for montado ou em conseqüência do pisoteamento de suas bordas.
Montando seu acampamento a uma distância de cerca de 60 metros das fontes de água você evita causar impactos na vegetação que protege as margens dos rios e ajuda a manter a boa qualidade da água e da paisagem. No caso das nascentes, a remoção ou alteração da vegetação, assim como a compactação ou o revolvimento do solo podem causar a alteração da qualidade ou até mesmo o esgotamento da fonte de água. Procure acampar sempre abaixo das nascentes.
Um acampamento distante da água também apresenta menor possibilidade de perturbar os animais que utilizam os rios e riachos como fonte de água. Fique atento para não acampar próximo às trilhas de animais, principalmente aquelas que levam até a água.
Em regiões sujeitas a enchentes rápidas e catastróficas, conhecidas como "cabeças d'água", comuns no sopé de serras e cânions, a distância do acampamento em relação aos rios é um fator de segurança. Mesmo que não seja esse o caso, é prudente manter a sua barraca afastada da água para evitar surpresas com enchentes súbitas, principalmente no período mais chuvoso.
* O hábito de cavar valetas (conhecidas também por canaletas) ao redor das barracas é antigo, do tempo em que as barracas não possuíam fundo e, portanto, manter o chão seco era uma necessidade. Hoje, as boas barracas possuem chão de material impermeável, dispensando as valetas.
Cavar uma valeta quase sempre resulta no início de um processo rápido de erosão, causando danos às boas áreas de acampamento. As valetas também são uma marca de difícil eliminação, representando alterações à paisagem natural.
* Procure por um local adequado para acampamento enquanto houver luz, de modo que você possa ser seletivo. Locais planos ou levemente côncavos parecem perfeitos para montar barracas, porém freqüentemente acumulam água. Superfícies levemente inclinadas ou convexas permitem o rápido escoamento das águas das chuvas, tornando desnecessário o cansativo e inútil trabalho de abertura de valetas.
Um plástico que separe a barraca do solo ajuda a protegê-la contra pequenos furos, mantendo o interior seco. Se o plástico for bem colocado, pode conter os pequenos fluxos de água que eventualmente chegarem até a barraca montada em local adequado.
A entrada da barraca costuma ser um local de pisoteio mais intenso. Colocar um plástico neste local ajuda a evitar danos ao solo, além de fornecer um local limpo para tirar e por as botas.
Evite remover a vegetação, a camada de folhas mortas, as pedras e os troncos caídos do local em que vai armar a sua barraca. Se você remover esses objetos que são habitat para inúmeros seres vivos, estará perturbando a ordem natural desses organismos. A escolha de barracas pequenas, para duas ou três pessoas, facilita encontrar um local adequado para seu acampamento, encaixando sua barraca entre pedras, troncos e outras plantas e evitando a alteração das características da cobertura do solo naquele local.
Se for absolutamente necessário remover pequenas pedras e troncos caídos, procure recolocá-los na mesma posição após desarmar a sua barraca.
Praias marinhas e fluviais costumam oferecer bons locais de acampamento sobre a areia, porém cuidados adicionais de segurança deverão ser adotados, como observar a variação das marés e a possibilidade de enchentes.
* Não deixe a barraca montada por muitas noites no mesmo local, pois quanto menor for a permanência do acampamento menor será o impacto. Ao abandonar a área, certifique-se que não deixou nada, especialmente restos de comida, papéis, plásticos e marcas no solo. Também não esqueça cordas e cordins amarrados nas árvores, e procure deixar o local do jeito que você encontrou, ou até melhor, recolhendo o lixo eventualmente deixado por outras pessoas.
1) Planejamento é fundamental
2) Cuide dos locais por onde passa, das trilhas e dos acampamentos
3) Deixe cada coisa em seu lugar
4) Respeite os animais e as plantas
5) Traga seu lixo de volta
6) Evite fazer fogueira
7) Você é responsável por sua segurança
8) Seja cortês com outros visitantes e com a população local
Fonte: Pega Leve, MMA e CEU |
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